Um edital da Polícia Civil da Bahia que exige a comprovação de virgindade para candidatas a delegada, escrivã e investigadora causou polêmica e virou alvo de protesto no Estado.
DE SALVADOR

O motivo é um item do edital que libera mulheres "com hímen integro" de
passar por "avaliação ginecológica detalhada, contendo os exames de colposcopia,
citologia e microflora".
Para isso, porém, as postulantes terão de comprovar serem virgens por meio de
de atestado médico, com assinatura, carimbo e registro profissional do médico em
questão.
A OAB contesta a exigência. "Exigir que as mulheres se submetam a tamanho
constrangimento é, no mínimo, discriminatório, uma vez que não tem qualquer
relação com as atribuições do cargo, além de tornar mais oneroso o concurso para
as candidatas do gênero feminino", diz o texto da Comissão de Proteção aos
Direitos da Mulher da entidade.
A nota ainda fala em violação ao chamado princípio da dignidade da pessoa
humana, previsto pela Constituição brasileira, e à "intimidade, vida privada,
honra e imagem".
Procurada pela Folha, a Secretaria de Administração baiana disse que a
situação é recorrente em "vários concursos públicos realizados no país". E que
"não se configura uma cláusula restritiva, mas sim uma alternativa para as
mulheres que, porventura, queiram se recusar a realizar os exames citados no
edital".
O certame dará 600 vagas, com salários de R$ 1.558,89 a R$ 9.155,28. As
primeiras provas, com questões objetivas e discursivas, estão marcadas para 7 de
abril.
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